quinta-feira, maio 15, 2025
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Colegas denunciam que aluna de direito em SC usou R$ 77 mil economizado por turma para formatura em Jogo do Tigrinho


Alunos de direito da Unidade Central de Educação Faem (UCEFF) de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, denunciaram a presidente da comissão de formatura por usar quase R$ 77 mil do fundo destinado para a festa em apostas on-line (veja mais abaixo). A Polícia Civil investiga o caso.

Uma das vítimas, Nicoli Bertoncelli Bison, 23 anos, contou que soube que não havia mais dinheiro pela própria colega que o gastou. Em um aplicativo de mensagem, menos de um mês antes da formatura, marcada para 22 de fevereiro, Cláudia Roberta Pinheiro Silva, de 31 anos, disse que perdeu a quantia. 

“Eu perdi todo o dinheiro da formatura. Me viciei em apostas on-line, Tigrinho e afins, e quando perdi todo o dinheiro que eu tinha guardado, comecei a usar o da formatura para tentar recuperar. E aí, cada vez mais fui me afundando no jogo”, diz trecho da mensagem (veja print abaixo).

    A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso e disse que trabalha com duas linhas de investigação: apropriaçāo indébita ou estelionato.

    Vítimas, testemunhas e a própria suspeita serão ouvidas nos próximos dias. Cláudia disse ao g1 que se manifestará em breve.

    Suspeita escreveu em grupo de conversas que havia usado o dinheiro — Foto: Reprodução

    Suspeita escreveu em grupo de conversas que havia usado o dinheiro — Foto: Reprodução

    Como aconteceu

    Nicoli contou que os colegas contribuíram ao longo de três anos para garantir recursos para a formatura. O valor ficou concentrado na conta da suspeita, que havia se voluntariado para assumir a responsabilidade.

    O grupo registrou um boletim de ocorrência. No documento, no qual o g1 teve acesso, as vítimas descrevem o seguinte:

    • um adiantamento de R$ 2 mil havia sido pago à empresa responsável pela formatura ao fechar o contrato.
    • O restante, R$ 76.992,00, deveria ser pago em dezembro de 2024.

    Sem receber o dinheiro, e após algumas tentativas de contato com a presidente da comissão, a empresa chamou os estudantes em um ultimato, em janeiro, e relatou que a mulher afirmou não ter mais o dinheiro para o pagamento.

    Segundo Nicoli, a suspeita sempre pareceu engajada na organização da formatura. “A gente não desconfiou de nada porque, desde o início, ela sempre foi muito assim: ‘vou atrás, vou fazer'”, contou.

    “Não havia como a gente suspeitar dela, porque ela mostrou até o último segundo que estava tudo bem. Quem ia imaginar que, em um mês, o nosso sonho ia por água abaixo? Nunca passou pela nossa cabeça”, comentou.

    A Polícia Civil informou que encaminhou representação à Justiça para rastrear e, se possível, recuperar o valor supostamente desviado. O g1 entrou em contato com o órgão, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

    Planos para nova formatura

    Enquanto buscam reaver os valores, a turma decidiu juntar dinheiro mais uma vez e tentar fazer a formatura acontecer em maio deste ano, com vaquinha on-line e eventos.

    A empresa responsável pela festa e a universidade foram procuradas pelo g1, mas não houve retorno até a última atualização do texto.

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    Uma das vítimas, Nicoli Bertoncelli Bison, 23 anos, contou que soube que não havia mais dinheiro pela própria colega que o gastou. Em um aplicativo de mensagem, menos de um mês antes da formatura, marcada para 22 de fevereiro, Cláudia Roberta Pinheiro Silva, de 31 anos, disse que perdeu a quantia. 

    “Eu perdi todo o dinheiro da formatura. Me viciei em apostas on-line, Tigrinho e afins, e quando perdi todo o dinheiro que eu tinha guardado, comecei a usar o da formatura para tentar recuperar. E aí, cada vez mais fui me afundando no jogo”, diz trecho da mensagem (veja print abaixo).

      A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso e disse que trabalha com duas linhas de investigação: apropriaçāo indébita ou estelionato.

      Vítimas, testemunhas e a própria suspeita serão ouvidas nos próximos dias. Cláudia disse ao g1 que se manifestará em breve.

      Suspeita escreveu em grupo de conversas que havia usado o dinheiro — Foto: Reprodução

      Suspeita escreveu em grupo de conversas que havia usado o dinheiro — Foto: Reprodução

      Como aconteceu

      Nicoli contou que os colegas contribuíram ao longo de três anos para garantir recursos para a formatura. O valor ficou concentrado na conta da suspeita, que havia se voluntariado para assumir a responsabilidade.

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      • um adiantamento de R$ 2 mil havia sido pago à empresa responsável pela formatura ao fechar o contrato.
      • O restante, R$ 76.992,00, deveria ser pago em dezembro de 2024.

      Sem receber o dinheiro, e após algumas tentativas de contato com a presidente da comissão, a empresa chamou os estudantes em um ultimato, em janeiro, e relatou que a mulher afirmou não ter mais o dinheiro para o pagamento.

      Segundo Nicoli, a suspeita sempre pareceu engajada na organização da formatura. “A gente não desconfiou de nada porque, desde o início, ela sempre foi muito assim: ‘vou atrás, vou fazer'”, contou.

      “Não havia como a gente suspeitar dela, porque ela mostrou até o último segundo que estava tudo bem. Quem ia imaginar que, em um mês, o nosso sonho ia por água abaixo? Nunca passou pela nossa cabeça”, comentou.

      A Polícia Civil informou que encaminhou representação à Justiça para rastrear e, se possível, recuperar o valor supostamente desviado. O g1 entrou em contato com o órgão, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

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      Enquanto buscam reaver os valores, a turma decidiu juntar dinheiro mais uma vez e tentar fazer a formatura acontecer em maio deste ano, com vaquinha on-line e eventos.

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