Hoje, (08/01) o Notícias Noroeste recebeu uma grave denúncia anônima expondo a situação de abandono e desvalorização enfrentada pelos policiais penais da região. O ano de 2025 começou com o pé esquerdo para a categoria, em meio a problemas estruturais e financeiros que parecem longe de serem resolvidos.
O Complexo Penal de Riolândia enfrenta uma crise financeira que afeta diretamente os servidores. Segundo a denúncia, os policiais não recebem diárias desde outubro de 2024. Esse atraso obrigou muitos profissionais a custear do próprio bolso gastos como marmitas e outras despesas necessárias ao exercício de suas funções.
Em divergência, unidades próximas, como o CDP de São José do Rio, o CDP de Paulo de Faria e o próprio CDP de Riolândia, estão com as diárias devidamente regularizadas. Nessas unidades, os pagamentos ocorrem quinzenalmente, sem relatos de atraso ou reclamações similares.
A situação se agrava para cerca de 50 policiais que realizaram trabalhos externos — transporte de presos, atendimentos hospitalares e remoção com pernoite — desde o fim de 2024. Eles alegam não terem recebido reembolsos das despesas com alimentação e estadia, enfrentando, assim, um final de ano financeiramente difícil.
Outro ponto levantado pela denúncia é a suposta conivência dentro da gestão financeira da unidade. A pessoa responsável por este setor é, aparentemente, esposa do Diretor-Geral do Complexo. Apesar dos atrasos e da insatisfação crescente entre os servidores, a atuação do setor financeiro não é questionada internamente, possivelmente devido ao receio de retaliações ou conflitos com a direção.
A denúncia também expõe o que muitos consideram uma contradição no modelo da futura Polícia Penal: enquanto aumentam as atribuições, deveres e sanções disciplinares para os profissionais, o reconhecimento pelo trabalho e a cobertura dos custos pessoais seguem sendo negligenciados.