Na madrugada desta sexta-feira (29), a música caipira brasileira perdeu um de seus maiores ícones, Sebastião da Silva, conhecido nacionalmente como Caim. Aos 80 anos, o artista faleceu em Marília (SP), deixando um legado que marcou gerações.
Nascido em 20 de janeiro de 1944, na cidade de Monte Azul Paulista, Caim mudou-se para Marília ainda na infância. Desde cedo, demonstrou um talento inato para a música, cantando e aprendendo a tocar as tradicionais modas de viola. Adolescente, além de aperfeiçoar seu dom musical, aprendeu o ofício de sapateiro na cidade que o acolheu e onde viveria grande parte de sua vida.
A fama nacional veio com a formação da dupla sertaneja Abel e Caim, ao lado de José Vieira (Abel). Juntos, venceram um concurso nacional de violeiros em 1966, organizado por Geraldo Meirelles, um marco na história da música sertaneja, com mais de 1.500 duplas inscritas. A vitória não apenas catapultou a dupla ao estrelato mas também reafirmou a importância da música caipira no cenário nacional.
Ao longo de sua carreira, Caim influenciou gerações de artistas dentro do universo sertanejo e caipira, incluindo nomes de peso como Daniel, Leonardo, e a dupla Zezé di Camargo e Luciano. Mesmo após a morte de seu parceiro Abel, em 2011, Caim não deixou a música de lado, dando continuidade ao seu legado com o projeto “Caim e Amigos”.
Além de sua contribuição para a música, Caim também se dedicou à vida pública e comunitária em Marília. Foi eleito vereador entre 1993 e 1996 e trabalhou por anos como radialista e apresentador de programa de auditório, consolidando-se como uma figura querida e respeitada na comunidade.
A prefeitura de Marília, através do prefeito Daniel Alonso, expressou seu pesar pela partida de Caim, reconhecendo-o como uma das personalidades que moldaram o amor dos brasileiros pela autêntica música raiz. “Sua voz permanecerá viva na nossa alma, na alma de todo o nosso Brasil”, afirmou Alonso em nota.
O velório de Caim acontece na sala 6 do Velório Municipal de Marília, e seu sepultamento está previsto para as 17h desta sexta-feira, no Cemitério da Saudade