Uma mulher de São José do Rio Preto (SP), apontada pela Polícia Civil como a vítima que mantinha contato pela internet com o estuprador confesso conhecido como “Maníaco de Marituba”, descobriu as mentiras do criminoso e passou a temer pela própria vida. Ele foi preso no fim de outubro por suspeita de envolvimento em roubo e estupros em série.

“Me senti ameaçada emocionalmente, psicologicamente, de ele querer vir atrás, de querer fazer maldade, coisas ruins”, declara a vítima, que prefere não se identificar.

Rafael Prudente Modesto, de 22 anos, o “Maníaco de Marituba”, foi preso no dia 25 de outubro, em Bady Bassitt (SP), onde trabalhava como servente de pedreiro em uma construção. Ele confessou os crimes.

‘Maníaco de Marituba’ foi preso no fim de outubro em Bady Bassitt — Foto: Reprodução/TV TEM

De acordo com o inquérito aberto, o suspeito, que saiu do Pará para morar em Rio Preto, atraía as vítimas por meio de sites e aplicativos de relacionamento e pelas redes sociais.

A vítima de Rio Preto, que mantinha contato pela internet, acreditava que vivia um relacionamento com ele. Ao longo de três meses, foram conversas diárias e diversas tentativas de encontros.

Ao descobrir que era enganada, ela passou a receber ameaças. “Eu tinha medo de ele vir, de me hackear, porque hoje tudo isso é fácil pela internet”, afirma.

DDM investiga denúncias de estupros durante encontros marcados pelas redes sociais

Prisão após denúncia

Pelo menos três vítimas já foram identificadas pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Rio Preto, mas os policiais acreditam que haja outros casos. Quando foi preso, Rafael tentava marcar um encontro com uma quarta mulher.

Os investigadores chegaram até ele após uma jovem de 21 anos relatar ter sido estuprada e roubada pelo rapaz, que conheceu nas redes sociais. A partir daí, as outras mulheres também denunciaram os abusos cometidos por ele.

“Ele mantém contato e conquista essas mulheres através de sites de amizade, convida para um encontro, promete levar para casa de parentes, mas, depois, leva para um matagal e pratica os mais diversos tipos de atos sexuais”, revela a delegada Dálice Ceron, titular da DDM de Rio Preto.

Pelo menos três vítimas já foram identificadas pela DDM de Rio Preto (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM

Para as mulheres que usam aplicativos para se relacionar, a delegada faz um alerta: é preciso cautela, “pois existem muitos maníacos como esse”.

“Marque encontros em um barzinho, em um local público, onde possa se sentir protegida. Conheça mais sobre o indivíduo, porque, infelizmente, não é o primeiro caso e nem será o último”, reforça a delegada.

A DDM de Rio Preto ainda informou que Rafael já foi apreendido quando era adolescente, sendo condenado a dois anos e sete meses de detenção por latrocínio, estupro e ocultação de cadáver em 2020. Na época, conforme a DDM, ele fez ao menos dez vítimas.