Os procedimentos não estão paralisados. Existe uma discussão sobre a possibilidade de interromper os serviços devido aos valores dos plantões, metas e manutenção financeira. A Santa Casa, em recuperação judicial, sempre operou com recursos próprios, voluntários e doadores. Com exceção de Macedônia, a Santa Casa opera sozinha.
Sobre o financeiro, a Caixa descumpriu algumas determinações judiciais relacionadas à recuperação e continua bloqueando valores do SUS. Desde abril, o Conselho de Administração da Unimed decidiu depositar os valores recebidos pela prestação de serviços da Santa Casa na conta da Caixa, abrindo margem para novos bloqueios. Assim, tanto a parcela do SUS quanto os recebíveis da Unimed estão bloqueados. Isso afetou gravemente o fluxo de caixa do hospital, com valores ultrapassando 1 milhão de reais.
Os profissionais de saúde recebem seus pagamentos com regularidade. É sabido que a Santa Casa recebe da maioria dos convênios, incluindo o SUS, 60 dias após o faturamento dos serviços. Por exemplo, em abril, pagaram-se os serviços de janeiro. Portanto, os pagamentos médicos têm um atraso de 30 a 60 dias em relação ao mês de referência, mas o hospital mantém os pagamentos há mais de seis meses.
Na última reunião do corpo clínico, na qual o provedor esteve presente, discutiu-se a possibilidade de suspender ou reagendar alguns procedimentos eletivos. Foi alertado que, se isso ocorrer, as metas estabelecidas pelo estado não serão cumpridas, resultando em cortes de verbas e incentivos, afetando diretamente o fluxo de caixa e a capacidade de pagamento do hospital.
Para isso, o hospital tem ajustado indicadores, procedimentos, escalas e profissionais para cumprir as metas e evitar cortes no valor do SUS. A reavaliação de procedimentos eletivos visa, portanto, readaptar a escala de plantão, com os reagendamentos necessários. Entre 15 e 18 de maio, 74 procedimentos foram suspensos, dos quais 11 já foram reagendados no primeiro dia.
Independentemente dessas questões, existem emendas empenhadas no valor superior a 2 milhões de reais, já publicadas no Diário Oficial, captadas no início do ano, que auxiliarão, brevemente, na manutenção dos pagamentos e no custeio do hospital.